Em profundo silêncio, os fiéis se levantam e acompanham a procissão que se encaminha ao presbitério da Catedral Metropolitana, no Centro de Maceió, onde os sacerdotes se prostram, dando início a celebração da Paixão do Senhor, nesta Sexta-Feira, dia 07.
Após as leituras, o arcebispo metropolitano, Dom Antônio Muniz, O.Carm.,
iniciou a homilia, recordando que a fala de Jesus: Meu Deus, porque me abandonastes? É um grito humano que atualmente as pessoas vivem.
“Um grito em um mundo de tanta agressão e desrespeito, que muitas vezes, é silenciado. Como dos idosos, sozinhos em suas casas, daqueles diferentes de nós, das crianças que morrem por falta de cuidados. Chegamos a mesma pergunta que Jesus fez, mas também: será que Ele nos abandonou?”, iniciou.
“Vamos entender que não. Vamos entender tudo isto, que sentimos, essa morte lenta a gradual na nossa vida, que com Jesus é coroada com a ressurreição”, completou.
Dom Muniz disse que o primeiro passo é não deixar a esperança morrer, em meio as incertezas: “Mesmo que esta noite, mesmo que este dia, seja cruel e não tenha respostas imediatas, é preciso acreditar que o horizonte da nossa vida nunca é a derrota, nunca é a vitória do mal”.
E completou: “Também não devemos acabar com a esperança do outro. Vamos procurar deixar o desespero fora de nossa vida. Quando encontrar uma pessoa triste, esteja do lado dela, quando encontrar alguém alegre, também”.
O metropolita pediu a graça de que todos possam ter o sentimento de compaixão, como aqueles que atravessaram o caminho de Jesus no calvário.
“Como o Sirineu que foi empurrado para ajudar, e nós não temos essa coragem. Também Verônica que ao ver Jesus desfigurado, pega o manto e enxuga seu rosto ou José de Arimatéa, que pede para sepultar. Todos que vieram de fora, porque os demais fugiram, e só ficou a Virgem Maria. Essa não arredou o pé”.
A adoração da cruz
Após a homilia, teve início a Oração Universal. A igreja abre os braços e o coração para realizar uma oração de intercessão pela salvação do mundo.
Em seguida, apresentação e adoração da cruz vem como consequência lógica da proclamação da Paixão de Cristo. A Igreja ergue diante dos fiéis o sinal do triunfo do Senhor, que havia dito: “Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que Eu sou” (Jo 8,28).
Na celebração da Paixão do Senhor, não há realização da Liturgia Sacramental. É realizado o rito da comunhão com as hóstias que foram consagradas na Quinta-feira santa. Após a comunhão, o arcebispo fez uma oração e se despede da Assembleia. Não há bênção.
As pessoas saíram pelas ruas do Centro com a procissão do Senhor morto.