Por Mariane Rodrigues | Setor de Comunicação
O tema deste ano é “Fraternidade e Ecologia Integral”, acompanhado do lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31)
A Arquidiocese de Maceió celebra a abertura da Campanha da Fraternidade com uma Santa Missa, que será realizada no próximo domingo (9), na Igreja Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, no centro da capital. O tema deste ano é “Fraternidade e Ecologia Integral”, que contempla as principais discussões atuais da humanidade sobre as questões climáticas, defende o que prega São Francisco de Assis e acompanha a Carta Encíclica Laudato Si, publicada pelo Papa Francisco.
Não é à toa que a Campanha da Fraternidade de 2025 defende a Terra como o bem comum de todos e, portanto, todos os homens deste planeta têm a responsabilidade de cuidar e respeitar cada ser vivo que nele existe. Em 2025, o Cântico das Criaturas, de Francisco de Assis, completa 800 anos, e também se celebram os 10 anos da publicação da Encíclica Laudato Si pelo Papa Francisco.
Há oito séculos, o fundador da Ordem dos Franciscanos já expressava, em seus versos, a gratidão ao Deus Criador por todas as criaturas existentes: “Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa, e produz variados frutos, com flores coloridas e verduras”. Em outro verso, ele diz: “Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água, que é tão útil, e humilde, e preciosa, e casta”.
O arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Beto Breis, enfatiza que Francisco de Assis, mesmo diante de enfermidades, sem poder enxergar, sentindo dores e marcado pelo sofrimento, compôs um dos mais belos cânticos, no qual reconhece a natureza como uma irmã, que deve ser protegida de todas as ações nocivas.
“É impressionante, porque, numa situação de muito sofrimento, de dor, Francisco canta, celebra, porque ele não se autorreferencia, não se fixa na sua dor, no seu sofrimento. Mas se une a todas as criaturas num grande canto de louvor a Deus. Francisco não se colocava acima das criaturas, mas ao lado delas, como irmãos e irmãs, sem a mentalidade predatória, de posse, mas, ao contrário, de fraternidade, de reverência à criação”, pontua o metropolita.
Seguindo essa direção, a Campanha da Fraternidade deste ano busca a conciliação entre o homem e a natureza para, assim como Francisco de Assis, enxergar Deus em todas as criaturas: na água, nos animais, nas árvores e em todos os elementos que compõem o meio ambiente.
Há dez anos, o Papa Francisco compartilhava com todos os fiéis do planeta a Carta Encíclica Laudato Si. No documento, o Santo Padre dizia que a Irmã Terra “clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou”.
Ele ressalta que a humanidade evoluiu, mas inserida em um sentimento de propriedade e domínio, como se fosse “autorizada” a saquear a Terra. O Papa Francisco expõe que o solo, a água, o ar e os seres vivos apresentam sintomas de doença e que a Terra está entre os abandonados e maltratados, porque está oprimida e devastada.
“Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos”, pontuou o Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si.
“O Papa nos fala do grave momento em que vivemos, o aquecimento global com todas as suas consequências. Precisamos mudar de mentalidade e relação com as coisas, desenvolvendo reverência e respeito, ao mesmo tempo cultivando uma cultura do cuidado com a criação, com a casa que o Pai fez para todos nós”, afirmou o arcebispo Dom Beto Breis.
O metropolita convida os fiéis a abraçar a Campanha da Fraternidade e a aproveitar este ano jubilar para levar, com otimismo, a busca por uma cultura de cuidado com todas as criaturas.
“Usemos a voz do Senhor que nos convida, neste tempo quaresmal, à conversão, com um apelo concreto: cuidado com a criação e responsabilidade diante de todas as coisas criadas. Não à cultura predatória e mais fraternidade”, finalizou Dom Beto Breis.
Arquidiocese reuniu clero e leigos em seminário sobre o tema da CF 2025
O clero, as paróquias, os movimentos, as congregações e o Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora da Assunção estiveram representados no seminário de formação sobre a Campanha da Fraternidade 2025, promovido pela Arquidiocese de Maceió. A programação aconteceu no Colégio Madalena Sofia, no dia 22 de fevereiro, e contou com a participação de Dom Beto Breis, OFM, e de professores da Ufal.
O objetivo do seminário foi capacitar o público com conhecimentos ligados ao tema da Campanha da Fraternidade deste ano: “Fraternidade e Ecologia Integral”, acompanhado do lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
