Para o arcebispo, a conversão deve ser vivenciada pelos cristãos como uma prática permanente e sem fim
Por Mariane Rodrigues | Setor de Comunicação

“A conversão é uma estrada que tem começo e não tem fim”. Essa foi a mensagem central passada pelo arcebispo Dom Beto Breis aos fiéis na abertura do Tempo da Quaresma, em que convida a todos para a preparação espiritual a fim de receber, em 40 dias, a Páscoa, a festa do Senhor. O metropolita presidiu a Santa Missa de Quarta-feira de Cinzas (5), na Igreja Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, no Centro de Maceió.
Para o arcebispo, a conversão deve ser vivenciada pelos cristãos como uma prática permanente, porque o ser humano é sempre “tentado” e “provocado” a se distanciar dos caminhos do Senhor.
“A palavra-chave do tempo quaresmal é a conversão. Conversão é mudança de vida, de comportamento, de mentalidade, de maneira de se relacionar com as coisas e com os outros. Mas a conversão é uma estrada que tem começo e não tem fim. Porque sempre somos tentados, provocados a nos afastar do caminho, da direção que é o Senhor”, pontua o arcebispo.
Na homilia, Dom Beto Breis explanou o significado da Quaresma, um tempo que dura 40 dias e finaliza com a chegada da Páscoa, celebrada neste ano no dia 20 de abril. Para o metropolita, os “quarenta” são o que ele chama de “tempo favorável” para a preparação.
Ele explica esse período com importantes passagens da Bíblia, como os 40 dias do dilúvio; os 40 dias de retiro em oração do profeta Elias; os 40 dias de retiro de Jesus Cristo no deserto; e os 40 dias entre a ressurreição e a ascensão de Cristo aos céus.
“Esses 40 dias até a Páscoa querem justamente nos preparar e preparar os nossos corações para celebrarmos verdadeira e profundamente a Páscoa do Senhor. Com Cristo morremos, com Cristo ressuscitamos”, ressalta o metropolita.
E são nesses 40 dias de Quaresma que o arcebispo Dom Beto Breis convida os fiéis ao recolhimento e às reflexões sobre suas ações enquanto seres humanos, diante dos irmãos e do ambiente em que vivem. Para ele, esse é o tempo favorável às práticas da oração, da solidariedade e do jejum.
“Jejum é para disciplinar a vontade, a oração é praticar nossa intimidade com o Pai, reconhecendo as nossas precariedades, e a esmola é o ato de solidariedade, é reconhecer que o outro é meu irmão, ferido em sua dignidade. Esmola não é dar o resto, é partilhar”, complementou o arcebispo.

A Santa Missa foi concelebrada pelo cônego Elison Silva, pelo monsenhor Delfino Barbosa e pelo padre Márcio Nunes, e contou com a assistência do diácono Ronaldo Vasconcelos. Na celebração, o Arcebispo realizou a bênção e, junto aos sacerdotes concelebrantes, impôs as cinzas sobre a cabeça dos fiéis. Em seguida, os presentes fizeram a oração da comunidade e, na sequência, a Santa Missa seguiu o seu rito.
Fiéis destacam Jejum, Penitência e oração
Jailson Júnior, de 33 anos, da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no bairro Serraria, compartilhou sua perspectiva sobre o significado da Quaresma e a importância desse período para a fé cristã. Segundo ele, esse é um momento propício para a reflexão sobre as próprias atitudes e o relacionamento com Deus e com a família.
“A Quaresma é o momento oportuno de a gente voltar para Deus, de a gente deixar Deus ser o centro das nossas vidas. E não mais só a nossa vontade, o que eu penso, mas sim o que Deus quer de mim”, afirmou Jailson, destacando a necessidade de conversão e entrega à vontade divina.
Andrely Lima, da Paróquia Santa Dulce dos Pobres e Mãe Rainha, destacou a relevância do período quaresmal como um tempo de jejum, penitência e oração.

“É um tempo de jejum, penitência, oração. Então é muito importante a gente começar esse período com a Missa da Quarta-feira de Cinzas, que marca o início desses 40 dias que devemos passar nesse deserto até chegar à grande celebração da Páscoa, da paixão, morte e ressurreição de Cristo.”
O fiel José Rodrigo Santos, de 41 anos, frequentador da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, esteve na Catedral Metropolitana para a Missa de abertura da Quaresma. Segundo ele, a penitência, oração e o jejum são pilares fundamentais para a vivência desse período litúrgico.
“É dever de um católico rezar sempre. Mas, nesse período, tem uma atenção maior para a oração, o jejum e a penitência. Rezar muito o terço, fazer leituras, via-sacra, participar das missas e fazer a confissão”, considerou ele.