Mariane Rodrigues| Setor de Comunicação
Realizado em 325 d.C., na cidade de Niceia, atual Iznik, na Turquia, o concílio reuniu bispos da Igreja Católica para discutir questões fundamentais da fé cristã.
O Concílio de Niceia, que completa 1.700 anos em 2025, foi tema de uma palestra promovida pelo diácono da Arquidiocese de Maceió, Álvaro Queiroz da Silva, no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, localizado no Centro de Maceió. A palestra, realizada nessa quinta-feira (27), se insere em um movimento acadêmico mundial que celebra e discute o impacto histórico do primeiro concílio ecumênico da história do cristianismo.
“O mundo acadêmico está celebrando esses 1.700 anos e abordando essa temática em diversas partes do ocidente”, destacou o Diácono Álvaro, palestrante do evento.
Realizado em 325 d.C., na cidade de Niceia, atual Iznik, na Turquia, o concílio reuniu bispos da Igreja Católica para discutir questões fundamentais da fé cristã.
“O Concílio de Niceia foi uma assembleia dos bispos com o objetivo de deliberar sobre questões de fé, costumes e liturgia”, explicou o Diácono Álvaro. Ele enfatizou que esse foi um dos eventos mais importantes da história cristã, pois estabeleceu princípios fundamentais que ainda hoje influenciam a teologia.
Um dos principais pontos debatidos no concílio foi a definição da divindade de Jesus Cristo. A reunião teve como um de seus motivadores a doutrina de Ário, um presbítero da Igreja de Alexandria que negava a eternidade do Verbo (Logos) e, consequentemente, Jesus Cristo como ser divino semelhante ao Pai.
“O concílio estabeleceu, de forma definitiva, que Jesus Cristo é Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro, gerado – não criado – da mesma substância do Pai”, afirmou o palestrante.
Dessa discussão surgiu o Credo Niceno, que continua a ser recitado na liturgia cristã. Além disso, o concílio resultou no estabelecimento da data da Páscoa. “O Concílio de Niceia também teve um impacto prático na organização da Igreja, regulamentando a eleição dos bispos”, acrescentou o Diácono Álvaro.
Para contextualizar a expansão do cristianismo ao longo dos séculos, o diácono Álvaro Queiroz comparou a quantidade de bispos presentes no Concílio de Niceia com a do mais recente Concílio Ecumênico, o Vaticano II (1962-1965). “Em 325, participaram 318 bispos; no Vaticano II, o número saltou para 2.700, refletindo a enorme expansão da Igreja”, observou o palestrante.
A discussão também ressaltou a atualidade do Concílio de Niceia. “A teologia cristã contemporânea busca constantemente retornar às origens do cristianismo”, frisou o Diácono Álvaro. Assim, mesmo após 1.700 anos, suas decisões continuam a influenciar o pensamento teológico e a organização da Igreja.
O evento no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas foi mais uma oportunidade para refletir sobre a importância do Concílio de Niceia na formação do cristianismo e sua relevância nos dias atuais.
