Mariane Rodrigues| Setor Comunicação
Para Dom Beto, Cristo se fez e se faz presente, desceu e veio ao encontro de cada ser humano porque Ele ama a todos, incondicionalmente
O Amor foi a mensagem central do arcebispo metropolitano Dom Beto Breis em homilia da Santa Missa realizada no Presídio Santa Luzia, em Maceió, em razão do Jubileu dos Reclusos, que começou nessa sexta-feira (23) e vai até o dia 31 deste mês. A semana jubilar foi escolhida para este período em virtude do Dia Nacional do Encarcerado, celebrado no Brasil neste sábado (24).
Cristo disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. É com base nesse mandamento que Dom Beto levou palavras de amor e esperança às reclusas e aos reclusos do Complexo Penitenciário.
Para Dom Beto, Cristo se fez e se faz presente, desceu e veio ao encontro de cada ser humano porque Ele ama a todos, incondicionalmente. “Cristo não gosta. Ele ama. Porque Cristo é Deus e Deus é amor”.
As palavras de Dom Beto levam um acalento para aqueles que vivem por entre os muros, longe daqueles que amam.
“Vocês estão aqui e com certeza uma das coisas que mais fazem vocês sofrerem é a distância, são os muros, a distância das pessoas que vocês amam. Quem ama não gosta de estar longe, de muro, de separação, quer estar junto. Foi isso que Deus fez. Ele desceu”, disse Dom Beto na homilia, recordando Jesus Cristo, que veio ao mundo ao encontro do homem, pequenino e frágil, em uma manjedoura.
Dom Beto quis recordar às reeducandas, que Deus está presente e as ama. Mas também as lembrou que é preciso que todas elas, assim como todos os outros – reclusos ou não – devem também amar e à medida que Deus ama.
“É o mandamento fundamental, amar. Quem ama é feliz. Mas só que Jesus não disse só ‘amai-vos’ uns aos outros. Ele diz ‘Como eu vos amei’. É do jeito dele. Esse é o mandamento novo de Jesus. Essa é novidade de Jesus, porque Ele mesmo se apresenta como modelo, como exemplo para a gente seguir. E Ele nos amou, diz o evangelho, e nos amou até o fim, até a morte na cruz. A gente está tão acostumado a olhar para a cruz né? Mas que a gente já não se surpreende. Imagina Deus, todo poderoso, ali na cruz sofrendo, gritando de dor. Amou-nos até o fim. Essa é a certeza”, exclama Dom Beto.
O Jubileu dos Reclusos é uma iniciativa da Pastoral Carcerária Arquidiocesana em parceria com a Secretaria de Estado e Ressocialização (Seris).
Estiveram presentes no primeiro dia, além de Dom Beto, o assessor eclesiástico da Pastoral Carcerária, Padre Roniel Fereira; o diretor de comunicação da Arquidiocese de Maceió, Padre Rodrigo Rios, que é membro voluntário da Pastoral Carcerária; Padre Elias Roberto; o diácono Lucas Cordeiro; e o coordenador da Pastoral Carcerária, José Alencar Feitosa, além de outros membros do grupo.
Durante a ação pastoral, Dom Beto e os padres presentes conversaram com as detentas que receberam a equipe arquidiocesana com acolhimento e atenção.
Na Santa Missa, todas participaram ativamente da celebração. Depois da Celebração Eucarística, as reeducandas levaram até o arcebispo os seus terços e ele os abençoou.
Ao final, a equipe pastoral percorreu parte do complexo, chegando até o Baldomero Cavalcante, voltado para os homens. Lá, Dom Beto levou palavras de amor, esperança e misericórdia, abençoando os módulos visitados.
O Jubileu dos Reclusos continua e contemplará todos os presídios do sistema. Neste sábado (24), há a peregrinação do Santíssimo, no complexo Santa Luzia, com abertura na recepção, seguindo pelo berçário, triagem, corredor do módulo 1 e corredor módulo 2, concluindo com celebração no módulo 2.
Ainda hoje, no Baldomero, foi também realizada a peregrinação ao Santíssimo, com abertura no Centro Ecumênico, seguindo pela triagem, enfermagem, COC, Respeito e por fim nos módulos 1, 2, 3, 4 e 5;
Peregrinação do Santíssimo também acontece hoje no Núcleo e no Centro Psiquiátrico Judiciário.
Veja programação dos próximos dias
- 26/05 14h – Cyridião: Peregrinação do Santíssimo com abertura do módulo do Trabalhador, seguindo pelo corredor dos módulos, finalizando com celebração no módulo 1;
- 27/05 14h – PSM1: Peregrinação do Santíssimo com abertura na recepção, seguindo para o corredor do módulo 2, voltando para corredor do módulo 1, e concluindo com celebração no solário do módulo 1;
- 28/05 7h – Auditório do Santa Luiza (Celebração PP e Servidores): Celebração para Policiais Penais e Servidores, com Adoração ao Santíssimo ao final;
- 28/05 9h – PSM3: Peregrinação do Santíssimo com abertura no portão Entrada/Recepção, seguindo para os módulos por cima, descendo para área administrativa, para concluir com a celebração no solário de um dos módulos;
- 29/05 9h – PSM2: Peregrinação do Santíssimo com abertura no portão Entrada/Recepção, seguindo para os módulos por cima, descendo para área administrativa, para concluir com a celebração no solário de um dos módulos;
- 30/05 8h – Fábrica da Esperança: Peregrinação do Santíssimo com abertura na sala Decopagem, seguindo pelo Depósito, Corte&Costura, Padaria, Marcenaria, Solda, Carpintaria, Nutrição, concluíndo com a Celebração na Decopagem;
- 31/05 9h – Baldomero: Celebração
- 31/05 9h – Núcleo: Celebração
- 31/05 9h – CPJ: Celebração
PORTA SANTA EM UM PRESÍDIO
O Papa Francisco, que decretou o Ano Santo do Jubileu 2025, inaugurou uma Porta Santa na Capela da Penitenciária de Rebibbia, a maior prisão da Itália, em dezembro do ano passado. A iniciativa foi inédita, já que as Portas Santas costumam ficar nas Basílicas Papais de Roma.
Em sua homília, o Sumo Pontífice, que faleceu em abril deste ano, havia dito que era necessário ter corações abertos, pois isso é o que a fraternidade faz. “A graça de um Jubileu é escancarar, abrir e, acima de tudo, abrir os corações para a esperança. A esperança não decepciona, nunca! Pensem bem sobre isso. Nos momentos ruins a gente pensa que tudo acabou, que nada se resolve, mas a esperança nunca desilude”, enfatizou o Santo Padre na homília da missa celebrada na ocasião.
A abertura dessa Porta Santa surgiu de um pedido dos próprios detentos ao bispo auxiliar de Roma, dom Benoni Ambarus, que o apresentou ao Papa.
