Arquidiocese prepara quinze leigos para a Instituição do Ministério da Catequese

Maurício Gonçalves | Catequista e Jornalista

(Padre Marcio Roberto, mestre em Catequese, deu a primeira formação para o grupo | Foto: Comunicação da Catequese)

O chamado do Espírito Santo aqueceu o coração do Papa Francisco, para renovar a face da terra com um antigo ministério de leigos e leigas da Igreja. As digitais da Providência vieram de próprio punho, com a carta apostólica que institui o Ministério do Catequista e faz ecoar a Esperança de formar discípulos missionários em todo e qualquer lugar onde haja Fé. A começar pelas dioceses, seguindo por foranias e paróquias, até as mais recônditas e singelas comunidades da zona rural ou da periferia.

Os primeiros passos desta jornada na Arquidiocese de Maceió começam a ser dados por quinze catequistas guiados pelo cajado do arcebispo dom Carlos Alberto Breis. A primeira turma de candidatos a este ministério iniciou o seu itinerário formativo, neste sábado (05/04), no Recanto do Sagrado Coração de Jesus, na Serraria, sob a tutela do assessor eclesiástico referencial para a Catequese, Padre Márcio Roberto dos Santos.

A coordenadora da Comissão Arquidiocesana para Animação Bíblico-Catequética, Irmã Cristiane dos Santos, foi a anfitriã deste momento histórico para a Província Eclesiástica de Maceió. Antes de ser instituído ministro, o catequista deve seguir a critérios e itinerários estabelecidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A formação dos futuros ministros também será conduzida pelo coordenador da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética do Regional Nordeste 2 da CNBB e especialista em Pedagogia Catequética, Padre Elison Silva. Oito foranias indicaram representantes para serem instituídos como ministros, junto com os sete leigos que integram a Comissão Arquidiocesana de Catequese.

“O Espírito chama homens e mulheres para irem ao encontro de tantas pessoas que esperam conhecer a beleza, a bondade e a verdade da Fé cristã”, acentua o sumo pontífice na carta Antiquum Ministerium, em que institui o Ministério do Catequista.

Catequese não é escola

Dom Beto enfatiza a importância da educação para a Fé, como carisma e serviço permanente da Igreja. “Catequizar é fazer ecoar. Mas quem é o catequista? Não é o professor. Catequese não é escola. A Catequese é o lugar de se ecoar a boa notícia de Deus. Então o catequista é alguém que tem intimidade com Deus, alguém que experimenta, que o conhece, que fez o encontro com Cristo. E aí sente uma irreprimível necessidade de comunicar, de formar novos discípulos”, esclareceu o arcebispo, na Peregrinação da Catequese ao Santuário da Virgem dos Pobres.

A Instituição do Ministério vai ser celebrada no Jubileu da Catequese, marcado para 24 de Agosto, Dia do Catequista, durante a Festa da Padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres, na Catedral de Maceió. Até lá, estes quinze catequistas aptos para receber o ministério vão participar de encontros de formação e de um retiro, como parte do itinerário de preparação imediata recomendado pela conferência episcopal.

No primeiro encontro, Padre Márcio trabalhou a temática do “Ser Catequista”, dentro da metodologia do SER, SABER e SABER FAZER. “Para ser catequista, é preciso olhar Jesus como Mestre, ser discípulo, ser como Maria, ser coerente, ser equipe, ser pequeno(a), ser uma pessoa de oração, ser pessoa de reflexão e reavaliação, ser sujeito às decepções, ser pessoa eucarística e ser educador”, ensina o padre catequista.

O clérigo orienta que a Catequese não pode ser vista como uma aula, e sim como um encontro, uma experiência de relação com Jesus. “Só entende o ser discípulo a pessoa que se aventura a conviver com Jesus”.

Eterno aprendiz

Para os que se preparam para a Instituição, Padre Márcio destaca que o ministério não deve ser considerado um título, hierarquia, status ou motivo de vaidade. “A pior coisa do mundo, a desgraça da Catequese é quando a pessoa se coloca como se já estivesse pronta. Coloca-se como mestre e não como aprendiz. Quanto mais nos é dado, mais humilde devemos ser. O catequista deve lembrar sempre daquela música que fala ‘viver a beleza de ser um eterno aprendiz’”.

O próprio documento 112 da CNBB (Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista) deixa bem claro que “a Instituição não faz com que alguns se tornem catequistas oficiais e os outros não instituídos sejam de segunda categoria”. O texto assinado pela comissão episcopal para Animação Bíblico-Catequética destaca que a instituição do Ministério de Catequista é a confirmação do reconhecimento da missão do(a) discípulo(a) que responde com alegria ao chamado do Senhor, para anunciar e testemunhar com a própria vida o seu grande amor.

Estes primeiros ministros instituídos devem servir como multiplicadores, formadores de catequistas nas suas foranias e, a partir daí, novos ministros devem ir sendo instituídos, de acordo com os critérios estabelecidos, em comunhão com os vigários forâneos. Entre os critérios, o catequista deve ter pelo menos 20 anos de idade, 5 anos de atuação na Catequese e ter concluído a formação na Escola Arquidiocesana de Catequese ou na Escola Regional de Catequese.

Os catequistas apresentados pelas foranias que responderam ao chamado da Arquidiocese para a instituição do Ministério são: Maria José Brito Santos (Forania Nossa Senhora das Dores), Ana Paula Soares Ferri (Forania Nossa Senhora Auxiliadora), Cláudia Maria Sales Alvim (Forania Virgem dos Pobres), Luiz Gustavo (Forania Nossa Senhora dos Prazeres), Silvânia Maria da Silva (Forania Nossa Senhora da Conceição), Nívia Cristina de Oliveira (Forania Santa Luzia de Siracusa), Márcia Cristina Santana Barros (Forania Nossa Senhora do Carmo) e Margarida Maria Cavalcante (Forania Santa Maria Madalena).

Além destes oito catequistas, os sete leigos e leigas que integram a Comissão Arquidiocesana de Catequese também tiveram os seus nomes apresentados para receber a instituição do ministério: Adêmia Batista Fortunato Silva, José Maurício Falcão Gonçalves, Karyny Ribeiro Cezar de Lima, Luiz Carlos Ramos da Silva, Luiz Sálvio Eleutério da Silva, Maria da Conceição Barbosa Cavalcante e Sheyla Lopes Galvão.