Mariane Rodrigues| Setor de Comunicação
Acompanhados da Santa Missa e de uma palestra ministrada pelo metropolita, os leigos e leigas do Curso de Teologia Pastoral se debruçaram sobre o tema “Maria, Mãe da Esperança”

O Instituto de Teologia para Leigos, da Arquidiocese de Maceió, promoveu neste fim de semana um encontro de espiritualidade conduzido pelo arcebispo metropolitano, Dom Beto Breis. Acompanhados da Santa Missa e de uma palestra ministrada pelo metropolita, os leigos e leigas do Curso de Teologia Pastoral se debruçaram sobre o tema “Maria, Mãe da Esperança”, em razão de este ser o mês mariano e o Ano Jubilar ter como tema “Peregrinos da Esperança”.
O momento contou com a Santa Missa presidida por Dom Beto, iniciada às 8h, na Capela do Seminário Nossa Senhora da Assunção. Na homilia, o arcebispo destacou que os momentos de crise também podem se transformar em oportunidades.

“Nesses dias do Tempo Pascal, estamos acompanhando os Atos dos Apóstolos. É interessante porque percebemos como alguns momentos de crise e dificuldades se tornam possibilidades. Quando ouvimos a palavra ‘crise’, ficamos assustados. Dizemos que o casal está em crise, que a Igreja está em crise, e temos uma tendência a fazer uma leitura equivocada. Nos Atos dos Apóstolos isso fica muito claro: perseguições, conflitos, obstáculos internos acerca da identidade e missão da Igreja. Essas crises fazem a Palavra de Deus chegar até os confins da terra”, destacou Dom Beto.

Para Dom Beto, o estudo da teologia aprofunda a amizade de cada indivíduo com Deus, pois permite conhecê-Lo melhor. No entanto, ele ressalta que, além de conhecer mais profundamente a Palavra de Deus, é necessário também amá-Lo.
“Bento XVI, em uma catequese, dizia que, para Tomás de Aquino, o ideal é conhecer a Deus. Se alguém conhece a Deus, é feliz. No entanto, para Boaventura, não basta só conhecer a Deus, é preciso também amá-Lo. Não há racionalidade capaz de entender o mistério da cruz, só o amor entende. Onde a razão não vai, o amor chega e alcança”, enfatizou Dom Beto, pontuando que não há um desprezo pela racionalidade, mas o reconhecimento dos seus limites.

Após a Santa Missa, a programação continuou com uma palestra ministrada por Dom Beto. Na ocasião, os alunos do curso de Teologia se aprofundaram sobre o papel de Maria na história da salvação e refletiram sobre sua contribuição para a promoção da fé e da esperança no mundo. O arcebispo também explicou o significado do Jubileu e a evolução do Ano Santo ao longo dos séculos.
Após a palestra, os alunos tiveram a oportunidade de fazer perguntas ao metropolita. Tiraram dúvidas sobre como obter as indulgências do Ano Jubilar e como realizar as peregrinações pela Arquidiocese de Maceió.

Dom Beto Breis demonstrou alegria com a iniciativa do Instituto, que é ligado à Arquidiocese de Maceió, e considerou o momento importante para estreitar os laços com os leigos e leigas da casa e refletir sobre a vida de Maria.
“É uma oportunidade de me encontrar com esses alunos e, no mês mariano, refletirmos sobre Maria e o Ano Jubilar. Maria, Mãe da Esperança, que é o próprio Jesus. Maria era mulher crente, mulher de fé, e Isabel reconhece: ‘Bem-aventurada aquela que acreditou’. E por ser crente, era mulher da esperança. A fé e a esperança caminham juntas. Em tantas situações, Maria não entendia os fatos, enfrentou vicissitudes, mas permaneceu firme, porque era a mulher da esperança”, afirmou Dom Beto.
O Instituto de Teologia para Leigos é coordenado pelo prefeito de estudos do Seminário Arquidiocesano, Padre José Elielton, que também esteve presente. As aulas acontecem sempre aos sábados, mas o curso também promove momentos de espiritualidade, como o retiro realizado no período quaresmal e o encontro promovido nesse sábado (10).
O Padre José Elielton explica que o curso de Teologia foca no estudo, mas também na experiência dos alunos com Deus.

“Não é só estudo, não é só um momento intelectual, porque o próprio Dom Beto frisou isto: há momentos em que a inteligência não alcança. Há mistérios que só o amor compreende, e esse é o nosso objetivo: mostrar a todos que não é apenas o aspecto racional, mas também essa experiência de amor com o nosso Senhor. Isso nos dá muito conteúdo, muita força para lutarmos as batalhas e sermos os evangelizadores que o Senhor tanto deseja”, explicou o padre.
Ele também lembra que Maria é modelo de Igreja, cheia de esperança — mas não uma esperança vazia, e sim uma esperança cujo conteúdo é Jesus Cristo.
“Maria faz parte da nossa experiência de fé. Olhamos para ela como mulher, rainha da esperança, que peregrinou, caminhou com Jesus Cristo até o fim. É a mulher que esperou a ressurreição e também nos convida a peregrinar com Ele nos nossos momentos difíceis, de dúvida, de queda, sabendo que seremos vencedores — e já o somos — em Jesus. Esse momento é muito importante para refazermos nossa esperança e retomarmos o caminho que Maria trilhou.”
A postulante das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, Marcela Dantas, também compareceu ao encontro. Ela agradeceu ao arcebispo por compartilhar seu conhecimento e ao Instituto por promover o momento.
“A gente só tem a agradecer pelo que o arcebispo nos passou, sobre esse exemplo de Maria. Ela foi a primeira hospitaleira — hospedou Jesus em seu ventre. Ensinar e transmitir o conhecimento e o aprendizado é importante, porque, como Dom Beto falou, quanto mais você sabe, mais você ama”, afirmou.
Aluna do Instituto de Teologia desde 2017, Arivalda Melo Rodrigues, 57 anos, também participou do encontro. Ela afirma ser apaixonada pelo curso e considerou o evento um aprendizado necessário.
“Sempre vejo Maria como o nosso ‘sim’ a Deus. Ela é nossa representação, a representação da nossa humanidade no céu. Porque Jesus era divino e humano; ela era apenas humana. Então, é uma representação da nossa humanidade no céu. É muito amor que tenho por ela, não só neste mês, mas durante toda a minha vida”, afirmou.
Após as palestras, os presentes rezaram o Terço Mariano, encerrando as atividades ao meio-dia.