Mariane Rodrigues| Setor Comunicação
Durante a Santa Missa realizada nesse domingo (23) na Arquidiocese de Maceió, o arcebispo metropolitano, Dom Beto Breis, parabenizou movimento

O Movimento Familiar Cristão (MFC) celebrou 45 anos de sua chegada a Alagoas. O grupo comemorou o aniversário neste domingo (23), na Catedral Metropolitana de Maceió. Durante a Santa Missa, o arcebispo metropolitano Dom Beto Breis parabenizou os membros, lembrando que, neste ano, Maceió sediará o Encontro Nacional (ENA), que acontecerá entre os dias 30 de junho e 4 de julho, com o tema: “Corações abertos à fraternidade e à amizade social”.
Com o objetivo de evangelizar núcleos familiares, o Movimento Familiar Cristão chegou a Maceió em 1980, a partir de um encontro na capital alagoana que contou com a presença de 65 casais. Desde então, conforme relata o coordenador do movimento em Alagoas, Milton Peixoto, o MFC passou por “altos e baixos”, mas sempre trilhando o caminho para aproximar da Igreja os casais que estavam afastados da Casa de Deus.

Ele destaca que, até o período da pandemia, o Movimento Familiar Cristão em Alagoas contava com 32 grupos. No entanto, devido ao período de vigilância sanitária, esse número caiu para 14. “Mas hoje já recuperamos e temos 24 grupos. O movimento está crescendo novamente”, pontuou Peixoto.
O coordenador também ressalta que o MFC é um movimento independente, mas que caminha ao lado da igreja. “Hoje, nossa relação com a Arquidiocese é muito boa. Aproximar-se da Igreja é importante porque é na Santa Missa que encontramos o Corpo e o Sangue de Cristo. Os padres têm nos acolhido muito bem e nos dado orientações importantes. Então, hoje temos uma aproximação muito boa com a Igreja”, ressaltou Peixoto, destacando que cada cidade tem um padre como orientador espiritual do movimento.
Atualmente, o movimento não está presente apenas em Maceió, mas também nas cidades de Murici, Barra de São Miguel e Marechal Deodoro. A expectativa, de acordo com a coordenação, é que ele chegue ainda neste ano às cidades de Viçosa e Barra de Santo Antônio.
Entre as atividades promovidas pelo MFC estão estudos bíblicos, encontros de mulheres, cursos para noivos, encontros matrimoniais, entre outras.

A coordenadora do movimento em Maceió, Adenylde Cavalcante Rocha Silva, reforça que o gesto concreto do movimento é buscar casais, adolescentes e crianças para trabalhar com eles a Palavra e a leitura do Evangelho, promovendo reflexões e os aproximando da Igreja.
“Às vezes, são pessoas que se dizem católicas, mas não têm uma frequência dentro da Igreja, e a gente procura conscientizar sobre a necessidade desse crescimento, desse vínculo, fortalecendo a família dentro da Igreja. O legado principal desses 45 anos é o fortalecimento da família”, explanou Adenylde, ressaltando que a Arquidiocese de Maceió “abraçou o movimento com muita alegria” e que hoje o MFC tem espaço e apoio na Igreja.
O casal Ula Sinai Bittencourt Santana Pinto, de 76 anos, e Péricles Argolo Pinto, de 77 anos, tem quatro filhos, oito netos, 47 anos de casamento e 45 anos de MFC. Eles ingressaram no movimento no mesmo ano em que ele chegou a Maceió. Vindos da Bahia, chegaram a Alagoas com dois anos de casados e foram acolhidos pelo MFC.
“Agradecemos muito, porque eles nos ajudaram a criar nossos quatro filhos. O MFC foram tios e avós dos nossos filhos”, afirmou Péricles. Urla acrescentou: “Ajudou até na educação, porque, se precisássemos de ajuda, eles iam lá em casa. Todos estão abertos para qualquer necessidade”.
Eles lembram do casal Menezes e Aparecida, um dos mais antigos do primeiro grupo criado em 1980. Sendo Urla e Péricles da Bahia e toda a família deles daquele estado, foi no MFC que encontraram acolhimento em Alagoas.
“Eles [Menezes e Aparecida] eram nossos pais e eram avós dos nossos filhos. Eles ajudaram em momentos até de parto, deram suporte em cirurgias. Foram nossa família. Damos graças a Deus por termos encontrado o Movimento Familiar Cristão aqui em Alagoas”, relataram.
O casal Eliana Cavalcante Padilha e Huayna Valença Padilha, de 73 e 75 anos, respectivamente, fazem parte do movimento desde 1974, na Bahia. Eles têm 50 anos de casados. Em 1980, chegaram a Maceió para morar e, junto com outros casais, se organizaram para trazer o MFC à capital alagoana.
Huayna considera que o movimento tem como um de seus papéis fundamentais auxiliar na manutenção do casamento. “O movimento fortalece o casamento. Os casais dos grupos interagem e se ajudam. Isso torna muitos casamentos mais sólidos. Acho que é por isso que temos realmente esse tempo todo de matrimônio”, concluiu ele.
Eliana afirma que a participação do casal no MFC já ultrapassou gerações dentro de sua família e, hoje, as quatro filhas também integram o movimento.
“Elas já fazem parte de grupos, e nós continuamos. Acho que o movimento foi a solução para o nosso casamento. Porque, em grupo, a gente ouve e questiona muita coisa. E, nessa hora, vamos ajustando, tendo mais paciência, mais renúncia, mais amor, carinho, aceitação e também nos posicionamos como pessoas. Nenhuma mulher aqui é inerte. São mulheres atuantes que se posicionam”, finalizou ela.

Após a Santa Missa, o grupo MFC registrou o momento com o arcebispo Dom Beto Breis na Catedral Metropolitana de Maceió. Em seguida, os membros cantaram parabéns com direito a um bolo de aniversário.