No Domingo de Páscoa, Dom Beto reflete sobre o amor como caminho para enxergar a presença de Cristo

Mariane Rodrigues| Setor Comunicação

Para Dom Beto, o amor faz cada pessoa enxergar mais profundamente as ações de Deus e sentir que, mesmo mais de dois mil anos depois, “Jesus está presente no meio de nós”

Arcebispo Metropolitano presidiu a Santa Missa.
Arcebispo Metropolitano presidiu a Santa Missa. Foto: Aleci Amorim da Silva Júnior

O Domingo de Páscoa foi celebrado na Catedral Metropolitana de Maceió com a missa presidida pelo Arcebispo Dom Beto Breis, neste dia 20 de abril. O metropolita falou sobre o amor, o sentimento que norteou toda a vida de Cristo, para além da Ressurreição e até os dias atuais. Para Dom Beto, o amor faz cada pessoa enxergar mais profundamente as ações de Deus e sentir que, mesmo mais de dois mil anos depois, “Jesus está presente no meio de nós”.

A palavra “Páscoa” significa “passagem”. Ela se refere à passagem de Cristo da morte para a vida, com a sua ressurreição no primeiro dia da semana, três dias após a sua crucificação.

Na homilia, Dom Beto citou o Evangelho de João. No primeiro dia da semana, ainda de madrugada, quando ainda era escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra havia sido retirada, e que não havia mais corpo dentro. Ela correu para contar a novidade, achando que o corpo havia sido roubado. Encontrou-se com Simão Pedro e com outro discípulo — aquele que Jesus mais amava — e contou o que havia presenciado.

Pedro saiu mais devagar em direção ao túmulo, e aquele a quem Cristo mais amava correu depressa e foi o primeiro a chegar.

Diz o Evangelho de João que Pedro achou que o corpo de Jesus havia sido roubado. “Na cabeça dele, a morte venceu, havia uma sensação de fracasso”, pontua Dom Beto Breis. Mas, vendo a mesma realidade que Pedro, o discípulo mais amado viu e acreditou. “E por que ele enxergou melhor? Porque ele ama. Ele percebeu o Senhor ressuscitado”, complementou o metropolita.

“Não posso concordar que o amor é cego. É justamente o contrário. Quem ama enxerga melhor, porque enxerga mais profundamente, além do que está diante dos olhos da carne”, enfatizou Dom Beto Breis.

Arcebispo Metropolitano presidiu a Santa Missa.
Arcebispo Metropolitano presidiu a Santa Missa. Foto: Aleci Amorim da Silva Júnior

Depois, no mar da Galileia — explica Dom Beto — Jesus apareceu para alguns dos seus discípulos que estavam pescando. Jesus perguntou se havia algo para comer, e eles responderam que não, sem reconhecer Jesus pela sua aparência. Então, Cristo pediu que jogassem a rede ao mar. Eles obedeceram e não conseguiram puxá-la de volta por causa da grande quantidade de peixes. Novamente, o discípulo mais amado reconheceu a Cristo. “O amor não é cego. Quem ama enxerga profundamente, além das aparências”, reforçou Dom Beto.

“Ainda no capítulo 21, depois da pesca, quando o discípulo amado reconhece que Jesus está à margem, ele chama Pedro e Jesus pergunta: ‘Pedro, tu me amas?’. Jesus quer que Pedro não seja apenas um discípulo, mas também um discípulo amante e amado, para perceber os sinais de vida, de ressurreição, da presença do Ressuscitado em qualquer situação — mesmo na perseguição, no sofrimento, na dor e na morte. Quem não tem esse olhar da fé, de discípulo amado, perde a esperança”, enfatiza Dom Beto Breis.

Marta Pereira dos Santos, moradora da Chã da Jaqueira, relatou que participou ativamente das celebrações da Semana Santa e praticou os atos quaresmais, como a penitência, a confissão e as orações, para receber o dia da Páscoa. “Experiência maravilhosa estar em cristo”, comentou ela. Nascida em berço católico, acompanhando a mãe nas missas, ela reconhece que se afastou da igreja por um período, mas que hoje vive mais próxima de Deus. “Deus prepara tudo no momento certo”, finalizou ela.

O Arcebispo Metropolitano de Maceió reforça que a Páscoa, embora tenha um dia próprio para a celebração, deve ser vivida ao longo de toda a vida, especialmente diante das adversidades, pois a Páscoa revigora as esperanças de dias melhores e lembra de que a vida sempre vence.

“Tempos difíceis, de intolerância, de ódio. Tantas coisas acontecem que, às vezes, nos desanimam. Por isso precisamos ser discípulos amados”, pontua Dom Beto.

Arcebispo Metropolitano presidiu a Santa Missa.
Arcebispo Metropolitano presidiu a Santa Missa. Aleci Amorim da Silva Júnior

Lembrando da passagem em que Jesus aparece, no dia de sua ressurreição, para dois de seus discípulos que caminhavam para fora de Jerusalém, tristes e cabisbaixos, Dom Beto faz um alerta sobre os sentimentos de desânimo e pessimismo que, por vezes, acometem uma pessoa. “Uma pessoa desanimada fica cega, não consegue vislumbrar esperança”, afirmou Dom Beto.

“A Páscoa não é uma celebração que ocorreu há dois mil anos. Hoje mesmo o Senhor ressuscitou, hoje mesmo a vida venceu a morte, hoje mesmo vemos Jesus partindo o pão para nós. Hoje mesmo somos chamados a sermos discípulos amados.”

Segundo Dom Beto, é importante celebrar a Páscoa na perspectiva da esperança, um sentimento tão presente neste Ano Jubilar, pois é por meio dela que Cristo é sentido, caminhando no meio de todos.

“Às vezes não enxergamos, mas devemos manter a certeza de que a vida venceu a morte. E quanto mais nos aproximarmos d’Ele, mais amarmos, mais seremos capazes de perceber a sua presença. O Senhor ressuscita no primeiro dia da semana e aparece aos discípulos no primeiro dia da semana. Para nós, cristãos, o dia sagrado é o primeiro dia da semana: o domingo. Hoje o Senhor ressuscitou, e cada missa dominical é uma missa pascal”, finalizou Dom Beto.