Maurício Gonçalves| Catequista e Jornalista
O Corpo de Cristo se formou durante a subida dos peregrinos pela íngreme ladeira da Virgem dos Pobres

O Monte Santo se locomoveu e subiu aos céus, aquecido pelo fervor dos corações peregrinos enviados pela Catequese ao Santuário da Virgem dos Pobres, em Mangabeiras, no Quarto Domingo da Quaresma (30/03). A Fé move montanhas de testemunhos para renovar a face da terra, mensagens de Esperança que fazem ecoar a Palavra de Deus, no caminho por onde passaram cerca de 400 catequistas e seus convidados para a travessia da Porta Santa aberta pela Arquidiocese de Maceió neste Ano do Jubileu de 2025.
E o Céu tocou a Terra, na colina de Mangabeiras, em especial para 87 catecúmenos, que se preparam para receber o Sacramento do Batismo, na Vigília Pascal do Sábado de Aleluia (19/04). Estes eleitos foram tocados pelo próprio Senhor Jesus Cristo, pela imposição das mãos do arcebispo, dom Carlos Alberto, que ministrou a celebração do Segundo Escrutínio. A peregrinação da Catequese mobilizou caravanas de catequistas de várias comunidades da Capital e do Interior do Estado, que se concentraram na entrada do Santuário, em júbilo, com o firme propósito de anunciar a Boa Nova e alcançar a indulgência plenária.
O Corpo de Cristo se formou durante a subida dos peregrinos pela íngreme ladeira da Virgem dos Pobres, de um modo inesquecível para quem estava presente, acompanhando as orações e o hino do Jubileu, com o tremular das bandeiras empunhadas por representantes das doze foranias da arquidiocese. Entre eles, foram apresentados à Igreja os quinze candidatos que estão aptos a receber o Ministério da Catequese, instituído pelo Papa Francisco.
A instituição do Ministério na nossa arquidiocese está programada para o Jubileu da Catequese, durante a programação da Festa da Padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres, na Catedral de Maceió, em 24 de agosto (Dia do Catequista). Dom Beto decidiu que cada uma das doze foranias deve ter um ministro da Catequese instituído. A Comissão Arquidiocesana para Animação Bíblico-Catequética informou esta decisão aos doze vigários forâneos e solicitou que indicassem os seus representantes.

Oito foranias já deram o seu SIM ao chamado episcopal, com a apresentação dos seus catequistas aptos a receber o Ministério, de acordo com os critérios e itinerários estabelecidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
São eles: Maria José Brito Santos (Forania Nossa Senhora das Dores), Ana Paula Soares Ferri (Forania Nossa Senhora Auxiliadora), Cláudia Maria Sales Alvim (Forania Virgem dos Pobres), Luiz Gustavo (Forania Nossa Senhora dos Prazeres), Silvânia Maria da Silva (Forania Nossa Senhora da Conceição), Nívia Cristina de Oliveira (Forania Santa Luzia de Siracusa), Márcia Cristina de Oliveira (Forania Nossa Senhora do Carmo) e Margarida Maria Cavalcante (Forania Santa Maria Madalena).
Além destes oito catequistas, os sete leigos que integram a Comissão Arquidiocesana de Catequese também tiveram os seus nomes apresentados para receber a instituição do ministério: Adêmia Batista Fortunato Silva, José Maurício Falcão Gonçalves, Karyny Ribeiro Cezar de Lima, Luiz Carlos Ramos da Silva, Luiz Sálvio Eleutério da Silva, Maria da Conceição Barbosa Cavalcante e Sheyla Lopes Galvão.
A coordenadora da comissão, Irmã Cristine dos Santos, enfatizou a importância da peregrinação, como um caminhar testemunhado, neste dia tão especial, com o escrutínio dos catecúmenos, a mobilização da Catequese nas foranias e a apresentação dos catequistas aptos ao ministério. “É um momento de certeza, de que a Catequese está alcançando novas almas, destes que estão à procura da Fé. É um incentivo para que as pessoas reconheçam que a Fé se dá através desse caminhar, em que a gente se percebe diante da grandeza de Deus, numa espécie de resultado espiritual, uma confirmação pelo nosso testemunho no caminho da vida”.
Na Missa concelebrada pelo sacerdote referencial da Catequese, Padre Márcio Roberto dos Santos, e pelo reitor do Santuário, Caludinier José (o Padre Zezinho), o senhor arcebispo destacou a necessidade de se distinguir bem que a Catequese não deve ficar limitada a um simples ensino religioso:
“Catequizar é fazer ecoar. Mas quem é o catequista? Não é o professor. Tiremos, por favor, do nosso vocabulário (os termos) “tia, professor, aluno, aula”. Catequese não é escola. A Catequese é o lugar de se ecoar a boa notícia de Deus. Então o catequista é alguém que tem intimidade com Deus, alguém que experimenta, que o conhece, que fez o encontro com Cristo. E aí sente uma irreprimível necessidade de comunicar, de formar novos discípulos”, pregou dom Beto durante a homilia.
“Se o catequista não é, em primeiro lugar, o que encontrou Jesus, ele se torna um professor de Religião. Não forma discípulos enamorados de Jesus. Isso é o que a gente pede para os catequistas. E, como Arquidiocese, a gente tem muita, muita gratidão. São centenas e centenas de catequistas em nossas tantas paróquias e áreas pastorais da Arquidiocese que fazem o bem, que se doam”, concluiu o arcebispo.
Diante desta exortação, o fervor da Catequese fez bater mais forte os corações de toda a Assembléia presente. Fez pulsar em suas veias o Corpo e o Sangue de Cristo, sacramentados na Eucaristia. Fez ecoar o hino do jubileu como um testemunho autêntico de Fé: “Chama viva da minha esperança/ Este canto suba para Ti/ Seio eterno de infinita vida/ No caminho eu confio em Ti”. Afinal, como a vocação é Graça e Missão, é preciso peregrinar com “corações ardentes e pés a caminho”.